Em sua conta oficial no Twitter a @EmbaixadaChina [Embaixada da China no Brasil] continua a se defender dos ataques que o governo americano, liderado pelo presidente Donald Trump, vem fazendo em relação aos supostos ataques cibernéticos que a China poderia fazer em países que adotassem sua tecnologia 5G.
Não existe, até o momento, nenhuma comprovação que alguma empresa chinesa tivesse repassado algum bit de informação ao governo daquele país. E se os Estados Unidos colocam a China sob suspeita de usar sua tecnologia para fins de espionagem internacional, o que nos impedem de colocar sob suspeita empresas e o próprio governo estadunidense de ter intenções nada democráticas com a promoção de empresas e tecnologias da terra do Tio Sam?
Para além das acusações, sem provas, de possível espionagem e tráfico de dados de segurança nacional o que essa disputa revela é a briga gigante pelo controle (e portanto poder) da tecnologia 5G que promete revolucionar o que hoje chamamos apenas de internet. O 5G, se confirmadas as expectativas, vai reformular o modo como cada um de nós interagimos não só com os telefones móveis, mas com todas as coisas e com as não coisas. Definitivamente o 5G não cabe mais na internet, o 5G é o prenúncio da jornada de dominação global e espacial extra-solar pela Inteligência Artificial (IA) e a República Popular da China desponta como Nação dominante desses primeiros passos em direção ao futuro da humanidade.
Antes, porém, de viajar na velocidade que o 5G inicialmente nos possibilita entender ser possível e ganhar horizontes antes apenas sonhados, é preciso resolver questões internas de estruturas dominantes que não compreenderam que a história não pára. Ainda com tom pacifista a China deve compreender que o playboy, quando se vê acuado, sempre arruma uma briga para manter sua pose de valentão e seu domínio frente aos mais fracos.
É preciso manter o rigor do discurso e a retidão dos interesses daqueles que, sozinhos, não conseguem se defender. A China se torna um exemplo de resistência no tabuleiro geopolítico, basta saber se o valentão não vai criar uma briga, como que uma necessidade para se manter em evidência.
O texto, repito, presente na conta oficial do Twitter da Embaixada da China no Brasil, que publico logo abaixo, é exemplo que a China está pronta para a briga, bem como pronta para defender seus amigos e seus interesses, é claro.
"A comunidade internacional não vai se esquecer do histórico sujo dos EUA na segurança cibernética, que tinham conduzido operações de espionagem massiva, organizada e indiscriminada contra os governos, empresas e indivíduos, entre eles os líderes dos países como o Brasil e das organizações internacionais. Tais ações dos EUA, que prejudicam a privacidade e segurança de outrem, são as verdadeiras ameaças à segurança cibernética do mundo. A comunidade internacional deve ficar alerta com a malevolência dos EUA de sacrificar o desenvolvimento dos outros países para buscar a superioridade dos seus próprios interesses, conter o crescimento dos países de mercados emergentes como a China e provocar intencionalmente fissuras entre a China e seus amigos.
Sendo parceiros estratégicos globais e membros do G20 e do BRICS, a China e o Brasil compartilham amplos interesses comuns nos temas internacionais e regionais. A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil por 11 anos seguidos. É a maior fonte de superávit comercial e um dos principais investidores do Brasil. Os fatos mostram que a cooperação China-Brasil possui alta complementaridade e reciprocidade, e portanto, salvaguardar e desenvolver firmemente as relações bilaterais condizem com os interesses fundamentais e de longo prazo dos 2 países e povos. Temos a certeza de que as nossas relações não serão desviadas do trilho de desenvolvimento saudável e estável por qualquer interferência externa. O lado CHN está disposto a trabalhar junto com os diversos setores do BR para aumentar a confiança mútua, superar as diversas ingerências, expandir a nossa parceria tanto nas áreas tradicionais como nas emergentes, incluindo o 5G, além de continuar promovendo o desenvolvimento contínuo e aprofundado das relações sino-brasileiras, beneficiando ainda mais os nossos povos."
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